No início deste 3º Bimestre, conhecemos o
pré-socrático Heráclito. Ele nasceu em Éfeso, uma cidade da Jônia, hoje situada
na Turquia, por volta do século VI a.C. Heráclito afirmava nunca ter tido
nenhum mestre e escreveu a sua filosofia em fragmentos tão concisos que ficou
conhecido como Heráclito, o Obscuro! Heráclito acreditava que a unidade do
ser está justamente em sua multiplicidade, pois "tudo é um". Segundo
ele, é possível captar a verdade pelos sinais enviados pelo Logos, ou seja, pelo pensamento e pela
palavra, não os nossos, mas uma razão e uma linguagem cósmicas ou universais (“Não de mim, mas do logos tendo ouvido é
sábio afirmar: tudo é um”). O princípio do mundo é este logos, identificado por Heráclito com o fogo, fogo primordial que atua como
princípio de mudança das coisas. Sim, para Heráclito, tudo está em mudança,
em devir, um devir orientado por
leis que mostram que toda mudança é a passagem de um estado a seu contrário.
Tudo muda o tempo todo, nada permanece idêntico a si mesmo, o mundo é um
perpétuo nascer e morrer (“Nos mesmos
rios entramos e não entramos, somos e não somos”). Há uma luta (ágon) constante travada pelos contrários, pelos pares de coisas
opostas que lutam em constante devir: o que era frio torna-se quente, voltando
a ser frio para depois tornar-se quente novamente, num perpétuo devir. Os
contrários são inseparáveis, dependem um do outro para seu surgimento, de modo
que há uma unidade na multiplicidade: a multiplicidade tensa e em luta é aquilo
que une e que é comum a todas as coisas (“O
combate é de todas as coisas pai, de todas rei...”).
Um professor que tive dava uma dica para não confundirmos Heráclito com outros filósofos pré-socráticos: como vimos acima, tudo flui, o DEVIR nunca cessa, "nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia, tudo passa, tudo sempre passará...". Música de Lulu Santos, "Como uma onda":
[Detalhe: quem não gostar dos clipes, não me culpe por eles. É o que se encontra no Youtube.]
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