sexta-feira, 18 de abril de 2014

Aristóteles: o homem como animal político, a justiça distributiva e a escravidão

Discípulo de Platão, Aristóteles (384-322 a.C.) dizia que o homem é um animal político por natureza. O homem é o único animal que possui linguagem e o objetivo da linguagem é deixar claro o que é vantajoso ou desvantajoso, o que é justo ou injusto, de modo que apenas o homem terá a consciência do bem e do mau, da justiça e da injustiça, de modo que, tendo em comum com os demais homens estas noções, o ser humano é o único capaz de fundar e manter um Estado, visando o bem comum de todos os que a ele pertençam, pois todos possuiriam, por meio da linguagem, estas mesmas noções que os agrupam em função de um interesse comum de sobrevivência. Por isso o homem é um animal político por natureza e, conseqüentemente, a cidade também é algo natural.
Aristóteles discordava da filosofia política platônica, recusando o governo dos mais sábios, uma vez que a exclusão dos demais torna a sociedade muito hierarquizada. Para ele a justiça não é algo simplesmente conquistado pela sabedoria, mas algo associado à amizade, à concordância entre as pessoas com idéias e interesses comuns. A cidade deve ser unificada por essas duas virtudes: amizade e justiça. Segundo Aristóteles, a justiça política é distributiva, não deve dar uma parte igual de algo a cada um, mas levar em conta o mérito e a necessidade de cada pessoa, uma vez que as pessoas são diferentes entre si e possuem necessidades também diferentes. Justo é aquele que toma posse daquilo que lhe cabe e distribui a cada um, segundo suas necessidades e caracteres, o que lhes é devido.
Na Grécia Antiga nem todos aqueles que moravam na mesma cidade eram considerados cidadãos. Os escravos, os estrangeiros, as mulheres e as crianças eram excluídos dos direitos de cidadãos, reservados apenas a uma pequena parcela de homens adultos, nascidos na cidade e que possuíam bens suficientes para não trabalharem. Tratava-se de uma sociedade aristocrática marcada por grandes abismos entre uma classe social e outra. Como poucos eram cidadãos, ainda que em um regime democrático, poucos poderiam governar e participar da vida política. Dentre estes poucos, Aristóteles considerava que a principal virtude de um bom governante era a prudência, pela qual seria capaz de agir visando o bem comum. Assim como Platão, Aristóteles também exclui da cidadania, do direito de governar ou de participar das decisões políticas, as classes dos artesãos, comerciantes e trabalhadores braçais por dois motivos básicos: 1) porque não teriam tempo para participar das discussões políticas, uma vez que tinha que trabalhar; e 2) porque o trabalho manual, desprezado pelas sociedades clássicas antigas, embruteceria a alma, tornando o indivíduo incapaz de praticar uma virtude que exige a reflexão, como a prudência.

Vivendo em uma sociedade extremamente aristocrática, Aristóteles procurou justificar a escravidão. Para ele, os gregos livres e os aprisionados em guerras não deveriam ser escravizados, mas os “bárbaros”, ou seja, todos aqueles que não eram gregos, por serem considerados inferiores, possuiriam uma disposição natural para a escravidão. Mas a tentativa de justificação da escravidão por Aristóteles não pressupõe necessariamente o recurso a violência; segundo seu argumento, aquele que é escravo não o deve ser por uma convenção estabelecida por meio da violência, mas, sim, por natureza. Ao considerar os homens como desiguais, Aristóteles afirmava que uns se predispõem ao exercício da razão e outros ao uso da força física, ao trabalho manual. Deste modo, seria justo, uma vez que aqueles que vivem segundo o corpo não são capazes de um pensamento esclarecedor como os que vivem segundo a razão, que os primeiros se deixem dominar pelos segundos, que o corpo se deixe dominar pela razão, estando ambos sob um interesse comum. A razão possuiria a força física sob seu comando e o corpo teria sua força orientada pela razão que, de outro modo, não possuiria. Cabe lembrar que Aristóteles não conseguiu provar filosoficamente seu argumento, expresso no livro I da Política, adiando o problema para uma tentativa de solução futura, a qual nunca aconteceu. A escravização de um homem por outro não será jamais justificada e o fracasso de Aristóteles em justificar uma questão comum a sua época e sociedade indica que, por mais comum que seja a escravidão em um determinado período histórico, uma reflexão filosófica séria – como é a de Aristóteles –  nunca conseguirá justificá-la.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Matéria 1º Bimestre: Turmas 308 a 314

Galera,

reuni todo o conteúdo deste 1º Bimestre em um arquivo .rar e disponibilizei para download no link abaixo:

http://www.4shared.com/rar/AUjtO6mKce/3_Ano_Noite_1_Bim.html?

Caso não consigam acessar, avisem!

Abraço,
Talles.

Matéria 1º Bimestre: Turma 316

Galera,

reuni todo o conteúdo deste primeiro bimestre em um arquivo .rar e disponibilizei para download no link abaixo:

http://www.4shared.com/rar/b4qOircmba/3_Ano_Manh_1Bim.html?

Caso não consigam acessar, avisem!

Abraço,
Talles.